Documentário mostra como “Encontros de Sitges” foram decisivos para salvar pessoas com VIH e hepatite C
27 Fevereiro 2024O documentário estreou no dia 25 de janeiro de 2024 e conta com a participação de Luís Mendão, membro fundador do GAT - Grupo de Ativistas em Tratamento.
Os “Encontros de Sitges” foram uma série de reuniões realizadas entre 2007 e 2017 em Sitges, Espanha, com o objetivo de promover a inclusão de pessoas com coinfeção pelo vírus da imunodeficiência humana (VIH) e vírus da hepatite C (VHC) em ensaios clínicos para o desenvolvimento de tratamentos emergentes para as hepatites, bem como o acesso rápido a tratamentos novos, seguros e eficazes.
“Sempre pensei que a nossa principal responsabilidade como ativista era manter vivas as pessoas que vivem com o VIH”, começa por explicar no documentário Joan Tallada, membro da European AIDS Treatment Group (EATG) e um dos fundadores dos Encontros de Sitges.
“Em meados da década de 2000, percebemos que em muitos países europeus, após uma luta exaustiva para garantir o acesso aos medicamentos antirretrovirais, as pessoas que vivem com o VIH morriam novamente, desta vez de insuficiência hepática relacionada com a hepatite C”, acrescenta.
“Tivemos de nos levantar mais uma vez para alterar as regras, para garantir que as pessoas que vivem com o VIH fossem incluídas nos ensaios clínicos de antivirais contra o VHC antes da autorização de introdução no mercado e não depois dela. E conseguimos de novo”, afirma.
Luís Mendão, membro fundador do GAT - Grupo de Ativistas em Tratamento e Diretor de advocacia, políticas de saúde e relações externas da organização, salienta no documentário que os preços dos dois tratamentos disponíveis para a hepatite C antes de 2007 eram “absolutamente altos”, com efeitos secundários “muito dolorosos”, sendo que no seu caso não foram efetivos.
MAIOR RISCO
As pessoas com VIH e hepatite C não tratada têm geralmente maior probabilidade de desenvolver doença hepática grave do que as pessoas infetadas apenas com a hepatite C. No entanto, há evidência de que o tratamento para o VIH pode abrandar a progressão da infeção pela hepatite C.
O documentário, com o título original “The Sitges Meetings: What We Wanted was What We Needed”. documenta histórias, experiências, resultados e lições aprendidas durante esses encontros. Este documentário aconteceu no âmbito do projeto Belong, que defende a inclusão de pessoas que vivem com VIH em ensaios clínicos não-VIH.