Rede de Rastreio distinguida pela DGS nos 40 Anos da Infeção por VIH
27 Setembro 2024No âmbito das comemorações dos 40 anos do VIH em Portugal, a Rede de Rastreio, constituída por organizações de base comunitária a nível nacional, foi agraciada com uma distinção pelo seu contributo excecional para o diagnóstico e prevenção do VIH no país pela Direção-Geral de Saúde (DGS).
O evento da DGS assinalou os 40 anos desde a primeira infeção de VIH em Portugal e insere-se num conjunto de iniciativas que pretendem refletir sobre os desafios enfrentados. A celebração das conquistas que têm permitido salvar milhares de vidas e melhorar a qualidade de vida das pessoas que vivem com VIH, são também mote para a iniciativa.
Num gesto de reconhecimento, a DGS destacou 40 pessoas e iniciativas que têm desempenhado um papel fundamental na história do VIH, entre as quais a Rede de Rastreio, promovida pelo GAT em parceria com o Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), pelas suas ações inovadoras e pelo impacto positivo na promoção do rastreio comunitário. O prémio foi recebido por João Brito, Presidente da Direção do GAT.
A Rede de Rastreio tem sido uma pedra angular na resposta à infeção pelo VIH e outras infeções sexualmente transmissíveis (IST), contribuindo diretamente para a deteção precoce de IST, e encaminhamento para tratamento e prevenção. Com uma abordagem centrada nas populações-chave, esta rede facilita o acesso a serviços de rastreio e aconselhamento comunitários.
Além da Rede de Rastreio, Graça Freitas, Joana Bettencourt, Joaquim Machado Caetano, Kamal Mansinho e Margarida Tavares receberam distinções. Nas homenagens póstumas, o GAT destaca as distinções a Laura Ayres, Maria Odette Ferreira e Ricardo Camacho. Entre as entidades, a APECS, o ICAD, o Infarmed, o CAD da Lapa e o CAD do Porto entre as homenagens.
A IMPORTÂNCIA DO RASTREIO COMUNITÁRIO
A resposta comunitária da Rede de Rastreio tem vindo a transformar o cenário da saúde pública em Portugal, com objetivo de alcançar a meta de erradicação do VIH como uma ameaça à saúde pública até 2030, conforme previsto pela Organização das Nações Unidas.
A Rede de Rastreio veio promover a implementação do teste rápido comunitário em Portugal e do rastreio integrado, que aproveita a oportunidade para rastrear infeções além do VIH, como é a sífilis, hepatite B e hepatite C.
A realização do rastreio de forma comunitária, elimina barreiras e permite aumentar a acessibilidade , essencialmente promovido pela comunidade e para as comunidades de homens que têm sexo com homens, pessoas trans, pessoas que usam drogas, pessoas que fazem trabalho sexual e pessoas migrantes.
A iniciativa, que não conta com financiamento ativo, apenas é possível com o valioso contributo e compromisso das organizações de base comunitária aderentes. O GAT aproveita a ocasião para congratular o empenho das organizações aderentes à Rede de Rastreio.
O GAT reforça o compromisso de continuar a trabalhar em colaboração com outras organizações, entidades públicas e a comunidade, mantendo a sua missão de promover a igualdade no acesso aos cuidados de saúde e o combate à discriminação das pessoas que vivem com VIH e das comunidades.
40 MARCOS E 40 TESTEMUNHOS COM CONTRIBUTO DO GAT
"40 marcos, 40 testemunhos” é uma das iniciativas das celebrações promovidas pela DGS, em que várias pessoas com um papel importante na prevenção do VIH, destacam 40 marcos nesta história de 40 anos de VIH em Portugal.
Marta Maia, Vice-Presidente do GAT, destaca o movimento associativo e ativista que se criaram no início da epidemia, que tiveram a capacidade de advogar por mudanças para garantir os direitos humanos das pessoas que vivem com VIH e prevenir novas infeções.
Luís Mendão, Diretor de Advocacia e Políticas de Saúde do GAT, releva o reconhecimento de que as pessoas que vivem com VIH e as comunidades mais afetadas “são parte essencial da resposta e da solução”, o que também permitiu um trabalho sinérgico entre pessoas e entidades interessadas em cooperar coletivamente na erradicação do VIH.
Além dos testemunhos, o GAT participa na exposição digital que apresenta 40 campanhas de sensibilização e informação sobre o VIH, com as campanhas do Centro Anti-Discriminação VIH e Sida “Se eu fosse seropositivo?” e “Transmissível”, bem como a campanha PrEP Afrik.